
Então o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa; falou, dizendo aos seus conselheiros: Não lançamos nós, dentro do fogo, três homens atados? Responderam e disseram ao rei: É verdade, ó rei.
Respondeu, dizendo: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem sofrer nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante ao Filho de Deus.
Tente
imaginar que você faça parte do contexto de Daniel e seus amigos, e esteja à
caminho da província de Dura na Babilônia e faltando talvez uns 10 km para
chegar, e como era uma planície ao longe você já poderia ver os raios do sol
batendo naquela estátua refletindo por todos os lados um brilho dourado. Uma visão
realmente admirável!
A
estátua tinha 30 metros de altura e 3 metros de largura e possivelmente feita
de madeira e folheada a ouro. Todos que chegavam àquela província tinham esta
visão. Era uma imagem que, com certeza, mostrava a soberba e arrogância de um
rei que tinha o poder sobre as nações naquela época.
A
ordem era, ao som de vários instrumentos, colocar-se de joelho e adorar a imagem.
Em outras palavras Nabucodonosor estava se declarando “deus” e quem não fizesse
isso seria lançado na fornalha.
Os
amigos de Daniel que possivelmente eram, segundo Flavio Josefo - historiador
judeu - seus parentes, não cumpriram a ordem determinada pelo rei. Eles
conheciam o Deus de Israel. Foram eles que, junto á Daniel, não comeram das
finas iguarias do rei e como consequência de não comerem coisas contaminadas
foram tidos como homens inteligentes superiores a todos os demais, tanto judeus
como de outras nações. Foram eles que junto com Daniel oraram para que Deus
desse a revelação e interpretação do sonho do rei. Logo aqueles homens tinham
um conhecimento do Deus vivo e verdadeiro bem como experiências marcantes com Ele
que, de forma alguma poderiam negá-lo. Tinham conhecimento do primeiro
mandamento, “não terás outros deuses diante de mim”.
O
nosso contexto é diferente, mas o Deus é o mesmo que estava com os amigos de Daniel.
Cristo nos salvou pela infinita graça do Pai, mas o compromisso com Ele deve
ser o mesmo, “negar a mim mesmo” e procurar fazer à vontade dEle.
Não
nos foi apresentado uma estátua para nos dobrar e adorar, mas nos são
apresentados diariamente convites para que desonremos o nome do nosso Deus.
Para
as pessoas que estavam na cidade de Dura e chegando ali naquela província, não
faria nenhum mal adorar aquela imagem, inclusive judeus que estavam com Daniel
e seus amigos se ajoelharam e cultuaram aquela imagem, mas para quem conhecia o
Deus vivo e verdadeiro isso era abominável.
Vivemos
tempos onde a fé é substituída pela felicidade individual, por exemplo: O que é
estar junto com uma moça e ter intimidade com ela, mesmo não fazendo os votos
do casamento? Ou uma moça estar com um rapaz sem o compromisso diante de Deus? Para
Deus é o mesmo que se ajoelhar diante da estátua. Qual a diferença em ser um
empresário cristão, mas de vez em quando aceitar propina. Ou todo mundo pode
beber, qual o problema? a maioria não procura ajudar o necessitado então se eu
deixar de ajudar não tem problema. Qual a dificuldade em ser desonesto? Porque
a maioria engana então eu também posso enganar.
Não
dobrar os joelhos e levantar as mãos para cultuar a estátua de Nabucodonosor é
fugir das paixões da mocidade, é andar duas milhas ou dar o outro lado da face.
É entregar a túnica e não somente a capa, é não ser hipócrita, é não ser
religioso, é ter compaixão, é perdoar, é ser o número um no colégio e na
faculdade em atitudes justas e não somente em notas, é procurar pensar
harmonicamente, é ceder, é não julgar, é ver as pessoas com misericórdia, é não
andar ansioso, é buscar o reino de Deus em primeiro lugar, é não cobiçar, e
muito mais.
Ao
lançar os 3 rapazes na fornalha e por dentro se mordendo de raiva por que
alguém não se submeteu a suas ordens, o rei Nabucodonosor viu algo tremendo, mais maravilhoso, muito
mais vivo do que a sua estátua, ele viu o quarto homem que era semelhante o
Filho de Deus e na mais pura verdade Ele, o quarto homem, é o Filho de Deus.
Aí vemos
o Deus maravilhoso que temos. Ele não permitiu que os três rapazes morressem.
Não os livrou de estar na fornalha, mas os livrou quando estavam na fornalha, isto
quer dizer que Deus não livrara de termos problemas, mas quando passarmos por
eles Ele estará junto nos dando livramento e ao nos submetemos a Deus como
aqueles jovens aí sim o quarto homem se manifesta.
Aqueles
jovens amaram a Deus acima de todas as coisas, inclusive acima da própria vida.
Negaram a si mesmos. Não sabiam que Deus os livraria, mas, mesmo assim não se
prostraram diante da imagem. Preferiram sofrer a negar. E para honrar a fé que
depositaram em Deus, Ele os livrou.
Vivemos
tempos em que se vê pouco, muito pouco, o quarto Homem - o Senhor. Jesus. se vê
mais o nome das denominações, os nomes dos líderes destas mesmas denominações,
mas o quarto homem está difícil se ver.
O
mundo precisa ver o quarto homem – Jesus - em nós! A estátua, representada de
diversas formas neste mundo cruel, eles tem visto todos os dias: arrogância,
ganância, injustiça, discriminação e tantas outras coisas que mostram que, na
realidade, era o que existia no coração do rei Nabucodonosor. Todas estas
qualificações do seu pecado ele mostrou ao exibir aquela estátua. E todo ser
humano tem estas qualificações impregnadas no seu interior.
Ao
negar a nós mesmos estamos mostrando ao mundo que existe algo melhor do que a
estátua. Algo mais poderoso, soberano e magnífico que é o nosso Senhor e Salvador
Jesus. Ele só aparecerá quando negarmos as posições impostas pelo mundo, que
farão eu negar a minha fé, imposições feitas à mim e não há outros. Não vemos
Daniel nem Sadraque, Mesaque e Abede Nego criticarem o governo de Nabucodonosor
nem as religiões existentes ali, mesmo tendo uma posição privilegiada no
palácio aqueles jovens também não obrigaram aos outros a praticar a religião
judaica, mas pelo testemunho deles provaram qual Deus é o verdadeiro.
Mais
do que falar é preciso viver o evangelho, especialmente entre as crianças que
são muito sensíveis a Palavra de Deus, e elas verão o quarto homem em nós
quando estivermos na fornalha da vida, sem reclamar, sem murmurar procurando
aplicar verdades da Bíblia na nossa vida.
Deus o
abençoe no amor de Cristo e pela salvação das crianças.
Pr.
Carlos Roberto Arndt – missionário da Aliança Pró Evangelização das crianças -
APEC
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