quarta-feira, 10 de junho de 2020

Criança é criança





 Os lábios do justo apascentam a muitos, mas os tolos morrem por falta de entendimento”.

Um fato: Em Cristo nós fomos justificados e somos vistos por Deus como justos. E como resultado disso Deus permite que cuidemos de muitos, muitos que precisam de um conselho, um conforto, uma exortação ou mesmo uma palavra um pouco mais dura.

Gostaria que você lê-se este episódio que tirei da biografia do pastor Dietrich Bonhoeffer, ele pastoreava uma Igreja Luterana na Alemanha nos anos 30 no início e durante a segunda guerra mundial.

“Hoje encontrei um caso bem original em meu aconselhamento pastoral, o qual eu gostaria de recontar a você brevemente e que, apesar de sua simplicidade, realmente me fez pensar. Às onze da manhã, ouvi uma batida na porta e um menino de dez anos entrou na minha sala com algo que eu tinha pedido de seus pais. Notei que havia algo errado com ele, que, em estado normal, era a alegria personificada. E logo descobri o motivo: o garoto começou a chorar, fora de si, e eu só pude ouvir as palavras: “Herr Wolf ist tod” [Senhor Lobo morreu], e chorava sem parar. “Mas quem é o senhor Lobo?”. Como se vê, era um cachorro, um jovem pastor alemão, doente havia oito dias, e que morrera menos de meia hora atrás. O menino, inconsolado, sentou-se no meu joelho e mal conseguia se recompor. Disse-me como o cão morrera e que tudo estava acabado agora. Ele só se divertia com o cachorro; toda manhã, o cachorro subia em sua cama e o acordava — e agora o cão tinha morrido. O que eu poderia dizer? Ele falou sobre o cão durante um bom tempo. De repente, interrompeu o choro e disse: “Mas eu sei que ele não está morto de verdade”. “O que você quer dizer?” “O espírito dele está no céu agora, onde há felicidade. Uma vez, na aula, um garoto perguntou à professora de religião se ela sabia como era o céu, e a professora respondeu que ela ainda não tinha estado lá para saber; mas, me diga, eu vou ver o Senhor Lobo mais uma vez? Tenho certeza de que ele foi para o céu”. Portanto, lá estava eu, pensando se deveria responder sim ou não. Se dissesse “não sabemos”, seria o mesmo que dizer “não” [...]. Então, decidi-me o mais rápido possível e disse para ele: “Veja, Deus criou seres humanos e animais, e tenho certeza que ele ama os animais. E eu acredito que, para Deus, todos os que amarem uns aos outros na terra — amarem de verdade — estarão junto dele, pois o amor é parte de Deus. Agora, como isso acontece, temos de admitir que não sabemos”. Você deveria ver a expressão de felicidade no rosto do menino; ele parou de chorar na hora.
“Então eu verei o Senhor Lobo de novo quando eu morrer; e aí vamos poder brincar juntos novamente” — numa palavra, ele ficou extasiado. Repeti para ele diversas vezes que não sabemos realmente como isso acontece. Ele, todavia, sabia, e sabia de forma definitiva em sua mente. Depois de poucos minutos, ele disse: “Hoje eu realmente fiquei com raiva de Adão e Eva; se eles não tivessem comido a maçã, o Senhor Lobo não teria morrido”. A história toda era tão importante para o garoto quanto para nós quando algo muito ruim acontece. Mas estou quase surpreso e, digamos, emocionado pela ingenuidade da devoção despertada em tal momento num menino que, instantes atrás, não conseguia pensar em nada. E lá permaneci — eu, que supostamente deveria “saber a resposta” —, sentindo- muito pequeno em relação a ele; e não consigo esquecer a expressão de confiança em seu rosto quando ele foi embora”.[1]

A questão não é se os animais irão para o céu ou não, a questão é:  em um momento difícil que a criança esta passando, precisamos ter sabedoria do alto, sabedoria do nosso Deus especialmente a ajuda do Espírito Santo em como ajudar a criança a passar por aquela crise, o pastor Dietrich não afirmou que os animais serão salvos, ele disse várias vezes “não sabemos como isso acontece”, o menino saiu confortado e disposto a viver.

Quantas questões passam pela mente de uma criança e ninguém as ajuda dando uma palavra.

Lembro que, anos atrás eu dei aulas bíblicas no colégio Kerigma, as vezes eles convidavam a APEC para dar durante uma semana, aulas bíblicas para as crianças. E neste dia depois de terminar uma aula dei liberdade para que elas fizessem perguntas. Um menino perguntou: quando crescer quero ter uma profissão que acho que Deus não aprovaria, eu perguntei por quê? Porque eu posso matar alguém ele respondeu, eu disse você quer ser policial? ele respondeu não, mas militar. Eu disse, os países precisam dos militares, porque com as forças armadas o país é protegido, O Brasil precisa do Exército, Marinha e Aeronáutica para que se um dia uma outra nação tentar invadir nosso território, ele estará protegido, e penso que Deus aprova porque estamos defendendo algo que é nosso”. O menino ficou satisfeito com a resposta.

O texto acima diz que os lábios do justo apascentam a muitos, as crianças precisam de pessoas que as veem como pessoas que tem seus problemas, suas dificuldades, embora para nossos olhos pareça algo tão insignificante como a morte de um cachorro, ou “o que quero ser quando crescer”, mas para elas não. Para as crianças existem questões que persistem e por isso buscam uma resposta.

Busque a Deus, busque sabedoria dEle, o conheça para que quando uma criança encontrar-se em dificuldades, Ele a encaminhe para você que com a sabedoria e direção do Espirito Santo, será consolo, direção, um comportamento, um escape para vida dela.

Deus o abençoe!

No amor de Cristo e pela salvação das crianças

Pr. Carlos Roberto Arndt – Missionário da Aliança Pró Evangelização das Crianças - APEC






[1] ([1]Bonhoeffer [recurso eletrônico]: pastor, mártir, profeta, espião / Eric Metaxas /Traduzido por Daniel Faria. - São Paulo: Mundo Cristão, 2011. recurso digital. Pag. 80, 81)


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