domingo, 25 de outubro de 2020

Venha o Teu reino

 


Mateus 6:10

Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;

 

Imaginamos o reino de Deus como um local físico, isto porque temos a disposição de ver o mesmo tipo de reino que os judeus viam: um reino visível, poderoso. Em Romanos 14:17 Paulo diz que o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo. Logo ele não se manifesta com coisas visíveis.

Lutero faz um comentário deste versículo de Mat. 6:10 onde ele diz que o Reino de Deus é: O domínio de Deus sobre as pessoas e o mundo, tanto no presente como no futuro (Mateus 5.3; Romanos 14.17). Às vezes também quer dizer a vida com Deus no céu (2Timóteo 4.18)[1].

Talvez a maior decepção para os fariseus e judeus que aguardavam o messias foi a de que, para eles, o Messias seria alguém que restauraria o templo de Salomão e exerceria poder sobre Roma. Mas o propósito de Cristo era estabelecer o reino de Deus aqui na terra de uma forma exata porque seria a manifestação de Deus na terra. E venha o teu reino: nada mais é do que o desejo de zelo universal dos atributos e poderes de Deus.

O reino de Deus também é chamado de reino de Cristo, ou do Filho de Deus, porque é administrado por Ele. A autoridade régia é vestida nEle. Ele é chamado de o reino de Deus. Isso porque Cristo é Deus e porque é o reino que Deus iria estabelecer na terra em distinção aos reinos dos homens. É chamado de o reino do céu, porque será habitada nos céus, porque é espiritual e celestial e porque será consumado no céu.

Sobre o Reino de Deus, Jesus contou muitas parábolas, tais como: semeador, dracma perdida, o senhor que tinha uma vinha e seu filho havia sido morto pelos empregados, e tantas outras. Algumas Ele explicou outras Ele deixou em branco até para cumprir a profecia de Isaias que os judeus ouviriam, mas não compreenderiam.

O que Ele queria dizer em outras palavras era: “Enquanto vocês se preocupam comigo, se vou assumir ou não um reinado físico, quero que saibam que meu reino é espiritual”. Ao dizer que seu reino era de outro mundo, Jesus enfatizou a dimensão espiritual do Reino de Deus. Mais do que governar uma nação ou reino físico, Deus está interessado nos nossos corações! Por isso, Cristo já vinha ensinando os seus discípulos e até opositores que não criassem uma expectativa da expressão meramente física do Reino de Deus, pois inicialmente o que o Pai Celestial queria atingir era o íntimo dos homens.

Reconhecendo que o Messias viria e estabeleceria o reino de Deus, Satanás fez muitas tentativas diferentes para se livrar dele. Por exemplo: através do assassínio das crianças de Belém, ordenado por Herodes. Por meio das tentações no deserto com o objetivo de evitar o caminho da cruz, por intermédio da resolução do populacho em forçá-lo a um reinado político-militar, através da contradição de Pedro acerca da necessidade da cruz ("Para trás de mim, Satanás!"), e mediante a traição de Judas em quem Satanás na realidade havia "entrado". Porém Jesus estava decidido a cumprir o que dEle estava escrito. Ele anunciou que, por seu intermédio, o reino de Deus tinha chegado àquela geração, e que as suas obras de poder eram evidência visível desse reino (obras para libertar os homens, para curar, perdoar, reconciliar etc.). O reino de Jesus progride e o de Satanás retrocede, à medida que demônios são expulsos, enfermidades são curadas e a própria natureza desorganizada reconhece o seu Senhor. Além do mais Jesus enviou os seus discípulos, como seus representantes, a pregar e a curar, e quando voltaram emocionados, porque os demônios se lhes haviam submetido em nome do Mestre, Ele respondeu que tinha visto a "Satanás caindo do céu como um relâmpago". Aqui, contudo, está sua afirmativa mais admirável acerca desse tema: "Quando o valente, bem armado, guarda a sua própria casa, ficam em segurança todos os seus bens. Sobrevindo, porém um mais valente do que ele, vence-o, tira-lhe a armadura em que confiava e lhe divide os despojos". Não é difícil reconhecer o valente como um quadro do diabo, o "mais valente do que ele" como Jesus Cristo e o dividir dos despojos (ou, em Marcos, o saque da sua casa) como a libertação dos seus escravos. Contudo, o "vencer" e o "amarrar" o valente não aconteceram até a cruz. Três vezes, segundo João, Jesus referiu-se ao diabo como "o príncipe deste mundo", acrescentando que ele estava prestes a "vir" (isto é, lançar sua última ofensiva), mas que seria "expulso" e "julgado". Evidentemente ele estava antecipando que por ocasião da sua morte realizar-se-ia o concurso final no qual os poderes das trevas seriam desbaratados. Seria através da sua morte que ele destruiria "aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo", e, assim, libertaria os cativos (Hebreus 2:14-15). Talvez a passagem mais importante do Novo Testamento que apresenta a vitória de Cristo seja Colossenses 2:13-15. “E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões, e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz”.

            O reino de Deus já está consolidado e isso ocorreu quando Cristo na cruz se entregou por mim e por você. “Venha o Teu reino” é o que Lutero disse sobre o domínio de Deus sobre nós. Mas para colocarmos em prática seus atributos Ele nos deu através do Espírito Santo que são os frutos do Espírito (Gálatas 5:22).

Quando você fizer este pedido “venha o teu reino” que o teu poder esteja na minha vida hoje. Que eu coloque em pratica o fruto do Espírito que não é nada menos do que seus atributos. Vou deixar para você ler um fato ocorrido na segunda guerra mundial

“Uma ilustração sobre o que pode acontecer, quando os homens abrigam na própria alma a grandeza de Deus e o “para sempre”, e assim vivem, nos é fornecida pela experiência de um capitão da marinha holandesa, que por acaso tinha seu navio ancorado no porto de Nova Iorque quando a cidade de Koterda foi bombardeada pela aviação de Hitler e foi deixada em ruinas completas. A família desse capitão se encontrava nessa cidade. Falando a um ministro do evangelho após certa reunião, ao contar a história, caiu em um monólogo com ele mesmo, e foi ouvido a sussurrar: Deus. ajuda-me a não odiar. Da a tua orientação aqueles que governam. Venha o teu reino. Cuida de minha esposa e de meu menino, antes de serem meus. já pertenciam a ti. Estão em tuas mãos. Seja feita a tua vontade. E então, falando com mais vagar e deixando sair cada sentença em verdadeira agonia, continuou: (Oro em favor de Hitler. Ele exerce grande poder sobre as vidas dos homens. Guia-o. Ajuda-me a não odiá-lo. E ajuda-me a ser sincero nisso, Deus. Amem[2]

Pai, oro que hoje o senhor tenha domínio na minha vida, para que teu nome seja Glorificado e como ainda vivemos num mundo mau, todos os dias é necessário pedir a Deus que o Reino dEle esteja em total domínio da minha e sua vida.

Deus abençoe!

Pr. Carlos Roberto Arndt – Missionário da Aliança Pró Evangelização das Crianças - APEC



[1]Bíblia Sagrada com reflexões de Lutero. SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2012, 2016 P. 4688 – formato ePub e Mobi.

[2] CHAMPLIM, Russel Norman. O Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo. Vol. II, 243. 

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