Não nos
deixe cair em tentação -:não
significa que Deus tenta seus filhos (Tiago 1:13-17). Mas, com estas palavras,
estamos pedindo a Deus para nos guiar de modo a não nos desviarmos de sua
vontade nem nos envolvermos em situações de tentação (I João 5:18) que podem se
tornar em pecado.
Você lembra quando você entendeu aquilo que
Jesus fez por você na cruz do calvário? Entende que o fardo do pecado foi
tirado pelo fato de Cristo tê-lo levado na cruz e que somos salvos pela fé, não
pelas obras?
A vida adota um novo sentido e uma nova extensão
quando, todos os dias, nos levantamos e o iniciamos pensando em que: posso todas as coisas naquele que me
fortalece (Filipenses 4:13) para mim
o viver é Cristo (Filipenses 1:21).
Mas,
ainda vivemos num mundo mau, perverso e que jaz no maligno; aí surge do nada a
tentação e, como consequência, o cristão fraqueja e, na sua mente, uma dúvida: como é que eu tendo Cristo na minha vida e
fui tentado daquela forma?
É preciso entender que a tentação não é pecado;
o autor de Hebreus (Hb 4:15) relata que Jesus em tudo foi tentado, mas sem
pecado, não pecou. Ele foi perfeito aqui nesta terra e provou a tentação em
todas as áreas da sua vida; e de todas as maneiras, assim como eu e você.
Antes de vivermos com Cristo, pertencíamos ao
mundo que jaz no maligno (I João 5:19); mundo este que vive na concupiscência
da carne e dos olhos e na soberba da vida (I Joao 2:16) e estas coisas foram
deixadas para trás a partir do momento em que fomos transportados para o reino
do filho do seu amor (Colossenses 1:13). Mas, enquanto regidos pelo império das
trevas, estávamos tão acostumados com tudo isso que não compreendíamos tais
coisas. Podemos compreender como é o mundo a partir do momento em que fazemos
parte do reino de Cristo e, assim, estas concupiscências não mais fazem parte
de nossa realidade; agora entendemos que não temos mais parte com ele (o
mundo).
Tentação é o apelo forte para voltarmos às
trevas; é apelo a nossa humanidade, aos nossos apetites físicos, às reações
normais de nossas emoções e racionalizações.
No livro de Tiago é apresentado para nós os
passos da tentação e aonde ela nos leva(Tg1:14,15): “Ao
contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e
seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o
pecado, uma vez consumado, gera a morte”.
A palavra cobiça, de uma forma geral, vem
associada ao mal; mas, na realidade, o seu significado simplesmente é – paixão,
desejo. O seduzir sugere a ideia de isca e literalmente significa –
enganar mediante uma isca; o ponto essencial da tentação é que nossos desejos
humanos são atraídos fortemente na direção de algo existente no mundo. E Tiago
diz que isso não é pecado; só se torna pecado quando o desejo brota - ao
passarmos da reação para a decisão, com o intuito de perseguir com decisão o
que desejamos.
Se alguém me ofende ou faz calúnia contra minha
pessoa, por exemplo; minha reação é ficar com raiva da pessoa, e isto, não é
pecado - é um sentimento negativo que não pode ser nutrido a ponto de haver uma
vingança; mas, geralmente, ocorre quando
somos ofendidos.
Se estou num trânsito congestionado, e fico
impaciente ou irritado, o fato de ficar assim não é pecado; o que eu não posso
é manter a impaciência e a irritação a ponto de falar palavras depravadas ou
ofensivas ao suposto problema.
Nosso corpo não foi ressuscitado quando Cristo
veio morar em nós, pois ainda temos o físico normal; sentimos fome, sede,
atração sexual, cansaço após um dia difícil de trabalho. Às vezes, algumas
pessoas tentam se esconder diante de uma máscara quando fingem que são fortes o
suficiente e não reagem de forma negativa diante das adversidades da vida. Isto
causa um problema seríssimo porquanto essas mesmas pessoas são as primeiras a
deixarem transparecer uma falsa espiritualidade, alheias à realidade.
Quando Jesus estava ali no Getsêmani, Ele
sofreu as maiores tentações da sua vida; contudo, não pecou.
Pecado é seguir o desejo e escolher a prática
que foi dita para não fazer ou que nos foi proibido. Muitos pensam que pecaram,
mas, na verdade, foram somente atraídos.
Fomos unidos com Cristo e no profundo do nosso
ser não queremos errar; mas, queremos agir com justiça e retidão. Àqueles que
estão no império das trevas, eles não são tentados porque a prática do erro é
normal; mas, o diabo somente se preocupa em tentar àqueles que fazem parte do
reino de Cristo os quais já deixaram este mundo e suas práticas.
Ninguém resiste à tentação por força própria;
resistimos e a vencemos quando olhamos para Cristo e Ele é a resposta positiva
aos desejos que nos foram estimulados de maneira negativa. Se tivermos
impaciência, Ele é a nossa paciência; se apresentarmos ódio e amargura, Ele é o
nosso amor e nosso perdão.
Deus escolheu a tentação para ser um veículo
pelo qual poderemos glorificar a Cristo. E isto, presenciaremos a vida toda
aqui neste mundo. Não tenho condição de vencer a tentação por minha própria
força e se tentarmos agir assim já falhamos. Deus não permitiu a tentação para
mostrarmos ao mundo o poder que tenho de vencê-la; se assim pensarmos já fomos
reprovados, porque ela (a tentação) é o meio pelo qual Deus usa para permitir
que Cristo viva poderosamente em nossas vidas. Desta forma, devemos sempre
dizer sim a Cristo e olhar para Ele quando formos tentados.
Pai não nos deixe cair em tentação, quando ela vier
me ajude a olhar para Cristo e não para aquilo que ela me oferece.
Deus o abençoe
Pr. Carlos Roberto Arndt – Missionário da
Aliança Pró Evangelização das Crianças - APEC
Parte
deste estudo foi tirado do livro” Esgotamento Espiritual” Malcom Smith
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