domingo, 15 de novembro de 2020

...perdoa as nossas dividas...

 

Mateus 6:12  

perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”;

Você já deve ter ouvido esta frase: eu perdoo, mas não esqueço ou eu esqueço, mas, não perdoo; então, se você esquecer e não perdoar pode causar um problema mais sério, podendo tornar em amargura e prejudicar seu físico. Perdoar e esquecer também não funciona porque o ocorrido faz parte da sua história e não tem como apagar.

O que ocorre é: Deus nos instrui que assim como Ele nos perdoou, precisamos perdoar; perdão não é opção, perdão é obrigação de quem já o recebeu de Deus.

O livro de Mateus diz que temos dívidas, Lucas escreve pecados (Lucas 11:4). O que na verdade temos são dívidas de pecados com Deus, que - por mais que queiramos - estas dívidas não podem ser pagas pelos nosso esforço porque somos impuros diante daquele que é Santo e Perfeito.

 Jesus é convidado por um homem fariseu que fazia parte da cúpula da religião judaica; este homem, cujo nome é Simão (Lucas 7:36-48), quer ter um tempo com o Mestre e, enquanto estão conversando, entra na casa de Simão uma mulher com um vaso de perfume (alabastro); ela se põe de joelhos, derrama o perfume nos pés do Mestre, chora, suas lagrimas caem nos pés do Senhor e, com seus cabelos, enxuga os pés de Jesus; foi uma cena nunca vista pelo fariseu o qual questiona em pensamento a atitude de Jesus que permitiu a mulher fazer aquilo, porque ele também a conhecia e sua fama não era muita bem vista por aquele homem e pelos que estavam presentes.

Jesus o adverte com muita sabedoria fazendo-o refletir em sua atitude para com Ele. Jesus fala de um poderoso homem credor que tinha pessoas que o deviam quantias exorbitantes em denários (moeda na época); e fala que - entre estes que o  deviam - havia um cujo débito era de 500 denários e outro de 50 denários e ambos não tinham como pagar e aquele credor resolve perdoá-los em suas dívidas. Jesus pergunta para Simão: dos dois homens devedores qual amou mais o credor?  e Simão responde: aquele que devia mais. Em seguida Jesus expõe a conduta de Simão e diz que ele o havia convidado para jantar, mas não fez aquele protocolo que se faz com uma visita, não ofereceu água para Jesus lavar suas mãos e pés. Mas aquela mulher, desde a hora que chegou, não cessava de chorar e enxugar seus pés, e ela fez isso porque muito amou pois reconheceu que muito lhe foi perdoado.

Provavelmente temos uma certa dificuldade de perdoar porque amamos pouco o nosso Mestre.

Diante de Deus - o Deus Trino - todos devem pecados, não somente aqueles que - aos nossos olhos - são grandes, tais como assassinato, adultério, prostituição. Todavia - aos olhos do nosso Deus - pecar é transgredir sua lei; é querer ser independente, E não somente em ações, mas também no que pensamos e falamos que não O agrada.

Talvez não conseguimos ver o quanto a nossa maneira de pensar, falar e agir ofende a Deus, por isso nem queremos pensar no preço altíssimo que Ele pagou para que as nossas dívidas de pecados fossem perdoadas.

Você não esteve ali no calvário vendo aquela cena tão marcante, mas pode imaginar, e você sabe que quem estava ali naquela cruz no meio de dois ladrões era o perfeito filho de Deus, Emanuel (Deus conosco); Jesus - aquele que perdoa pecados - deixou a glória nos céus para se fazer homem, cumprir a lei e amar eu e você; provando isso, entregou-se como maldição e permitiu que fosse açoitado, cuspido. Sua fronte foi ferida com coroa de espinhos; por você e por mim, seu corpo foi suspenso numa rude cruz, segurado somente com quatro pregos. Dor, sofrimento, angústia; fez isso por mim e por você. O profeta Isaias diz no capítulo 53 que foi ferido por causa das nossas transgressões, moído por nossas iniquidades, para nos trazer a paz, reconciliação e perdão com o Pai. Segundo o apóstolo Paulo na sua carta a Igreja de Colossos, em Colossenses 2:14 narra: “tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz”; foi tudo pago. Quando medito naquilo que ocorreu por mim na cruz, os meus pensamentos fazem eu ver que - aquilo que faço contrário a vontade de Deus e o ofendem - foi por Ele perdoado e  tudo foi perdoado, através de Jesus na cruz. Penso que foram bem mais que 500 denários, muito mais. Não tinha como eu e você pagar, não tinha! era alto preço, era o sangue, o sangue do Filho de Deus e Pedro diz isto na sua primeira carta (I Pedro 1:19). Por isso que as pessoas que compreendem este amor magnifico, fazem como aquela mulher: o melhor entregam ao Mestre.

Como resposta a este grande amor, o que Deus requer de nós é que façamos o mesmo, perdoemos, por mais que seja a ofensa dolorosa, por mais que seja grande o prejuízo que alguém causou para mim ou para você a resposta é o perdão.

Agora, somos humanos; o amor e o perdão de Deus são puros, perfeitos, e Deus - sabendo disso, movendo nosso coração - nos auxilia a perdoar.

Lembro que, há alguns anos, eu ainda morava em São Paulo quando uma pessoa agiu de uma forma incorreta comigo.  Fiquei muito chateado e não gostei da atitude feita contra mim. A pessoa depois de alguns dias, procurou-me e pediu perdão, eu sabia que deveria perdoar, mas, não consegui; fui sincero com ela e disse: eu não estou conseguindo perdoar você, você me ofendeu muito; mas, vou orar e pedir que Deus me ajude, assim eu fiz, “Senhor conheces o meu coração e sei que preciso perdoar, mas, não consigo, me ajude!". Em menos de uma hora que havia conversado com a pessoa, cheguei no trabalho, senti paz, senti que a ofensa tinha passado, eu liguei e disse que Deus me ajudara a perdoá-la; está tudo certo entre nós. Como sei que houve perdão? porque lembro do ocorrido e aquilo não me faz mais mal, não sinto mais nada contra a pessoa; por isso, ofensas, prejuízos causados por outros etc, não tem como esquecer porque fazem parte da nossa vida; todavia, quando há o perdão, podemos até lembrar, mas sem dor. Compreende?

A maioria de nossos problemas geram em torno de pessoas, e quase sempre,  precisaremos exercer o perdão; o perdão aos outros e o perdão para nós mesmos, (abrindo um espaço neste texto) quero dizer que o mais difícil dos indultos e aquele que é oferecido para nós mesmos, quando eu preciso dar o perdão para mim de algo que agi erroneamente com o meu próximo. Mas, é preciso perdoar a nós mesmos.

Perdão é uma regra que Deus deixou e cumpri-lo significa amadurecimento cristão; mas, precisamos observar algo, não basta somente obedecer, tal atitude necessita ser um ato livre, de coração e não para cumprir somente; se não for assim, é puro farisaísmo. Por isso: Pai nosso, obrigado pelo teu perdão, e me enche com o teu Espírito para que quando eu precisar perdoar, seja um ato de amor de liberdade para quem está em Cristo.

Deus o abençoe

Pr. Carlos Roberto Arndt – Missionário da Aliança Pró Evangelização das Crianças - APEC

 

 

 

 

 

 

 



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