domingo, 8 de agosto de 2021

Equilibro

 

Lucas 10:38-42 “E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa;

 E tinha está uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra.

 Marta, porém, andava distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude.

E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada”.

Marta não estava totalmente errada em fazer o trabalho doméstico, especialmente porque estava numa ocasião especial. Jesus estava na sua casa, e como Ele tinha uma admiração profunda pelas pessoas – especialmente por crerem que Ele era o Messias – Marta se desdobrou para fazer o melhor para Ele, o que, na verdade, não era tão necessário.

Maria, acredito que já tinha feito a sua parte nas tarefas, e quando Jesus diz que ela escolheu a boa parte é porque ela não somente fez o necessário quanto às atividades domesticas, mas – quando foi preciso – ela ouviu e teve comunhão com o seu Senhor.

Sem dúvida nenhuma, a refeição era necessária e o fazer as coisas, para Cristo, está muito ligado àquilo que faço com Cristo. O fazer depende muito de atitudes que tomo com Ele, por exemplo o ato de buscar a sua face, ter momentos diários de comunhão com Ele, confessar erros, adorá-lo, conhecê-lo, louvar e ouvir Sua voz pela Palavra.

O erro de Marta não foi fazer, e sim, se entreter com o trabalho, o que a fez esquecer da melhor parte: sentar e ouvir o Mestre.

O nosso contexto cristão não é muito diferente em termos de achar que precisamos fazer, fazer e fazer... Nosso pensamento é focado no “fazer” e nos esquecemos de nos concentrar em ouvir o Mestre. Estamos tão focados em fazer aquilo que planejamos, por exemplo, trabalhos e mais trabalhos na igreja, e não consultamos o Mestre se é aquilo que Ele deseja que façamos, pois a resposta certa vem Dele. Vamos descobrir isso: o que Ele quer que façamos quando estamos sentados aos seus pés diariamente ouvindo o que Ele tem a dizer?

Ninguém pode somente ficar aos pés do Senhor e não se fazer absolutamente nada de trabalho. Não é isso. Como disse, Maria possivelmente deve ter feito o necessário antes de Jesus chegar a sua casa. E se ela não tivesse feito nada, certamente Jesus lhe daria uma palavra de advertência. Fazer o necessário não é fazer de qualquer jeito, uma vez que fazer o necessário deve ser bem feito, com dedicação, mas, sem a preocupação de se acrescentar o excessivo. O texto diz que Marta “andava distraída em muitos serviços” e Jesus diz que ela estava ansiosa e apreensiva, e isso a deixava cansada, tudo isto porque fez o que não precisava.

Na nossa vida, precisamos refletir sobre o que estamos fazendo de excesso e também acerca do que tem nos deixado apreensivos e, como consequência, nos deixado cansados. Fazendo assim, em excesso e nos sobrecarregando, poderemos até deixar de estar aos pés do Senhor.

Veja o que Jesus fazia: a “sua agenda” era lotada, mas, Ele fazia o indispensável. Sentava à beira de um poço para conversar com uma mulher rejeitada pela sociedade; foi à casa de um homem não visto com bons olhos, porque era cobrador de impostos; obedeceu à lei, mesmo fazendo curas nos sábados; conversou com pessoas da religião judaica, com homens ricos, com pobres; atendeu à necessidade física de mais de quinhentas pessoas, alimentando-as com cinco pães e dois peixes, os quais foram multiplicados por Seu milagre; soube liderar muito bem os seus discípulos, enviando a eles para proclamar o evangelho. Mas, Ele buscava o Pai em suas orações, focava sua vida em fazer a vontade do Pai e na direção daquilo que Ele iria fazer. Jesus fez o necessário, mas, o fez muito bem feito para fazer a vontade do Pai e, assim, conseguiu realizar o plano do Pai: que foi entregá-lo à morte para perdoar a nossa vida e nos libertar do império das trevas e nos colocar no Seu reino.

As vezes nos preocupamos em arrumar um ambiente bonito, cheio de balões e enfeites para receber as crianças em nossas igrejas e casas, não está errado desde que isso não afete o tempo de preparo em oração para poder dar uma excelente lição e um tempo com elas, onde ouvirão a Palavra, irão memorizar a mesma e expressarão um louvor a Deus, se não for possível providenciar um ambiente bonito para as crianças, certamente ao ouvir a Palavra elas estarão sendo abençoadas da mesma forma.

Estar aos pés de Jesus, tem como consequência, conhece-lo, e o que implica em trabalhos realizados com frutos e bons frutos. Manteremos o equilíbrio de comunhão com Jesus e trabalho.

Deus abençoe.

Pr. Carlos Roberto Arndt

Missionário da Aliança Pró Evangelização das Crianças


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